quinta-feira, 2 de julho de 2009


A semana foi repleta de noticias e reportagens que tentavam mostrar quem foi este ser que conduziu o mundo ao delírio, atraindo milhões de admiradores para sua obra. Alguns tentavam justificar os motivos que levaram o musico a ter aquele comportamento estranho: teria sido a criação, os maus tratos do pai ou a fama em excesso? Dentre muitos motivos que a mídia ainda irá apresentar, o fato é que Michael foi um marco na história. Um grande cantor, excelente compositor e um extraordinário dançarino, uma referencia mundial para tudo que veio depois.Uma vida baseada em três pilares: dança, musica e imagem. Assim foi pautada a trajetória de Michael Jackson, um artista que sucumbiu aos efeitos da mídia na busca incansável de agradar. Uma pessoa que não se percebia como bonita, e se re-desenhou a fim de enquadrar-se nos parâmetros mundial do estereotipo do belo, do famoso, do pop star. A fama e o sucesso chegaram para Michael de forma arrebatadora, foi como se um flash iluminasse sua obra, e repentinamente as lentes do mundo se virassem pra todos os passos do artista, tornando-o um dos rostos mais conhecido do mundo. Acredito que o ser artista, ainda nos dias de hoje, desperta no ser humano um poder incomensurável, inexplicável digamos assim. Receber o carinho dos fãs, e fazer disto o ar que te permite a vida, pode ser algo tão perigoso como tomar doses diárias de um veneno letal. Michael não soube dosar a medida desta droga, e com o mesmo exagero de qualidade e perfeição que depositava em sua musica, exagerou também no ímpeto de ser alguém idolatrado. Os poucos que tiverem a oportunidade de conviver com ele, relatam que o seu comportamento mais se assemelhava com o de uma criança carente, do que de um artista soberbo. E realmente era a essa a impressão que todos tínhamos ao vê-lo em entrevistas. Considero Michael um produto que marcou época não só pela musica, mas também por ter se tornado um ícone de um tempo em que o racismo não era escondido tampouco velado. Michael era imaturo e não suportou a exclusão, ele queria ser benquisto fazer parte do mundo da fama sem ressalvas. Ele mutilou o próprio corpo para se tornar igual as demais estrelas. Um negro que cedeu ao apelo do racismo embranquecendo a pele e afinando os traços. Será que ele conseguiria o mesmo sucesso se não tivesse feito todas essas intervenções ? – Nunca iremos saber ao certo, porem é mais fácil afirmar que sim. Sabemos que nenhum outro artista negro vendeu tanto disco quanto ele, nenhum negro conseguiu tanta fama, tanta aceitação mundial como Michael. Ele foi o primeiro negro a sentar no topo da cadeira dos reis da musica pop. Uma pena que este sucesso teve um preço alto demais, custou a sua vida e o levou a este fim. Não sabemos se Michael ainda se alimentava da experiência humana para ter uma inspiração artística. As suas ultimas aparições assustou a todos, dando um sinal inequívoco de que sua carreira e ou própria vida estaria no fim, levando a uma serie de julgamentos aleatórios. Segundo José Medrado, a lei da vida é tão sabia que o levou na hora certa, pois uma pessoa que não se aceita como é, no momento mais belo da vida – a juventude, certamente não saberia completar o ciclo normal, envelhecer com todas percalços normais do envelhecimento que levam à morte.São muitas as definições para Michael. Mesmo depois de ter passado por esta vida de forma intensa e marcante, a morte não será o suficiente para que o mundo o esqueça. Certamente ainda por muitas décadas as novas gerações iram beber da fonte musical chamada Michael Jackson. E asseguro que tal qual Elvis Presley, o Rei do Rock, Michael Jackson o Rei do Pop também não morreu.