sexta-feira, 1 de abril de 2011

SUPER SHOW DO ALEXANDRE LEÃO NO ESPAÇO CULTURAL DA BARROQUINHA

“O show foi legal mesmo, o lugar é muito lindo.” (Alexandre Leão)
 
Por Elenilson Nascimento
As artes no Brasil, feitas à base de patrocínios públicos e por famílias muito ricas, querem tudo menos se comprometer. Quando há discordâncias, é de uma patota em relação à outra. Escritores de renome consideram que resenhar livros é uma atividade menor, é comprar brigas por nada.
É claro que no futebol isso fica ainda mais claro, dado o passionalismo inerente a ele. O ex-técnico Dunga, por exemplo, tentou ser a tradução desse momento anticrítico que o Brasil vive. A seleção era dele, era guerreira e era a representação da pátria; falar mal de seu trabalho ou de qualquer outro aspecto, portanto, era ser contra a patriamada.
Muita gente acreditou que seus treinos fechados e sua proibição de entrevistas fosse um combate a privilégios como os da Globo. Mas, primeiro, a Globo e a CBF têm tudo a ver; o que elas mais queriam era induzir o clima ufanista em torno da seleção, e não por acaso todas as versões oficiais sobre fracassos em Copas como as de 1998 e 2006 foram dadas pela TV (e uma dessas versões, sobre a falta de “comprometimento” de Roberto Carlos e companhia, motivou a escolha de Dunga). Segundo, romper com privilégios é abrir mais, não fechar; é fazer como a maioria das outras seleções e permitir acesso organizado a treinos e jogadores. Nunca soubemos o real estado físico de Kaká e Júlio César, por exemplo.
E porque eu resolvi fala sobre isso nesse texto que eu deveria estar falando sobre o Alexandre Leão? Ora, porque eu sei que o Leão adora futebol. E nada melhor do que comprar o seu amor ao futebol com o que anda acontecendo no meio cultural, como também na chamada “imprensa CUltural” de Salvador.
O show de Alexandre Leão foi o maior sucesso, como todo mundo já sabe, pelo menos os que estão acompanhando o blog, no último dia 29/03, no Espaço da Barroquinha, no Centro Histórico, para comemorar o aniversário de 462 anos de Salvador, mesmo com muitos fãs tendo mandado “sinais de fumaça” revoltados porque não conseguiram identificar (*na imprensa medíocre local) o horário do show e também porque foi divulgado que Leão faria um “show instrumental”, o que em princípio eu estranhei e próprio Leão se manifestou depois: “Não falei em lugar nenhum que ia tocar música instrumental. O nível da nossa imprensa é que é baixíssimo, além da má-vontade e preguiça de apurar as coisas”.
O SHOW – Leão subiu ao palco do Espaço da Barroquinha, na antiga igreja, quando a multidão já estava ansiosa com a música boa do cantor. O público cantou em coro quase todas as canções. O espetáculo seguiu os mesmos moldes do que ele apresenta todas as sextas-feiras na Varanda do Sesi, Rio Vermelho. Com direito a tudo! Desde a simpatia de sempre, até as músicas do último disco de estúdio “Quatro Cantos” (2009). O show teve ainda participações dos músicos da banda, com exceção da sua percussionista linda. “O show foi legal mesmo, o lugar é muito lindo. Pena estar entregue à Prefeitura de Salvador, o que garantirá a destruição do teatro em pouco tempo. Os administradores são ótimos, mas não depende só deles. O governo da França, se não me engano, patrocinou a reforma”, disse Leão.
foto 8 e 9: Jussara/divulgação
demais fotos: AL/divulgação

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